24.02.2015

“- A sério João, acho que o que a miúda fez não foi assim tão grave…

– Pois é Ana, mas essa é a tua opinião, porque isso soa mesmo a algo que tu farias quando tinhas a idade dela…”

Foi uma conversa que tive um dia destes com o meu marido que vai acompanhando toda a minha vida escolar, dotado de uma paciência infindável  e com uma memória inestimável para todas as minhas histórias, frustrações e desabafos.

Falávamos sobre uma situação que se tinha passado com uma aluna minha e sobre a qual eu tinha sido particularmente tolerante. E à conclusão que cheguei, foi de que ele tinha razão, de facto, todos nós usamos como medida a nossa própria experiência e isto é algo a ter em conta quando se está numa posição como a de professor.

E é esse mais um dilema, eu agravar ou aligeirar as questões, consoante as situações me são ou não familiares, ou pior, estar a cair numa situação de não atuar sobre algo, por pressupor que aquela pessoa teve as mesmas motivações que eu e logo, que levará ao mesmo resultado…

Dilema este que, como temos vindo a concluir nos últimos tempos, não tem necessariamente solução, como em quase tudo na nossa profissão Pessoas Colegas, vamos habituar-nos a isso!

É o que é! E o que podemos somente fazer é ir pensando, refletindo e colocando-nos em questão de forma a que as nossas opções sejam pelo menos conscientes, ainda que nem sempre racionais…

PS- Na última semana não houve crónica devido a termos estado na pausa letiva do Carnaval, já vos tinha explicado que este era um dos benefícios de ser professora, certo?

Até 3ª!

Pessoa Ana

*os factos apresentados não são fictícios mas qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.