
3ª Feira dia 20.01.2015
6ª Crónica – Somos todos Michelle Pfeiffer e Robin Williams
Pois é, muitas e muitas vezes oiço o meu marido dizer que eu tenho síndrome de Michelle Pfeiffer… e eu tenho de admitir que é verdade. Acho que muitos de nós, professores, acreditamos uns mais secretamente que os outros que vamos mudar a vida de todos os nossos alunos, que estamos para os nossos alunos como a Michelle Pfeiffer estava para os seus alunos no filme “Mentes Perigosas” e como o Robin Williams estava para os seus alunos no “Clube dos Poetas Mortos”. Fico feliz por pensar nessa possibilidade, pensar que o que nos move são ideais ainda que impossíveis de atingir, maiores e sonhadores.
Só acho que corremos um perigo nesta crença, que é acharmos que temos que ser esses motores de mudança para todas as centenas de alunos a quem damos aulas. Custa-nos muito aceitar que para a maior parte dos alunos, nós somos só mais um professor que lhes dá aulas, que os chateia, que os massacra com coisas que não lhes interessam nada e que representamos para eles em termos de memória qualquer coisa como a memória de um peixe, que em três segundos já foi…
Temos que aceitar que podemos e devemos ser Michelle Pfeiffers e Robin Williams deste mundo, mas só para um ou dois alunos que passam pelo nosso caminho e não devemos ficar frustrados com isso, porque influenciar a vida, mesmo que só de uma ou duas pessoas, é um grande privilégio, não é?
Até 3ª!
Pessoa Ana
*os factos apresentados não são fictícios, mas qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.