Home > Adolescentes > Ana e as Pessoas – Uma Professora à beira de um ataque de nervos!

Ana e as Pessoas

 

6ª Feira dia 28.11.2014

1ª Crónica  – O Início…

 

 

Começo hoje a escrever esta crónica depois de muitos anos a adiar este momento. Sempre achei que não tinha a experiência suficiente, ou que me ia lembrar das histórias que me aconteciam ao longo do percurso para sempre. Mas a idade e a progressiva falta de memória tornaram premente esta decisão.

Onde está Professora, podia estar Encenadora, Directora de Atores, Gestora de Recursos Humanos, Formadora, Educadora, ou tantas outras designações. Esse, sempre foi o meu problema: qual é afinal a minha designação profissional? Bem, decidi aceitar que depende da hora do dia e não me chatear mais com isso!

Mas há uma coisa em comum: as Pessoas!

Escolho este título por dois motivos, o primeiro está à vista, devido ao meu percurso profissional. O segundo é reconhecível por quem já teve aulas, ensaios ou outro qualquer momento comigo, em que a expressão: “Então é assim Pessoas…” ou “Pessoas, por favor estejam caladas…” são uma constante. Dei-me conta deste facto quando um dia um grupo de maravilhosos alunos meus me decidiu caricaturar e começaram a chamar-se de “Pessoas” por tudo e por nada (as coisas que as criaturas apanham…).

À beira de um ataque de nervos porque…bem… em primeiro lugar quero dizer que adoro de morte todos os meus atores, aspirantes a atores, colegas, formandos, trabalhadores, candidatos, miúdos, crianças, enfim, os alunos do meu coração…e agora já posso acrescentar que há muito poucas profissões tão complicadas como a de alguém que tem que tentar transmitir conhecimento, seja em que formato ele for, porque por mais seguros, fortes, decididos e confiantes que sejamos, as “Pessoas” conseguem sempre tocar-nos no mais frágil que temos e fazer ruir as nossas defesas, muros e certezas…

Mas estas profissões, são também o elixir da juventude, porque nos permitem nunca deixar de ter contacto com a forma de ver e ouvir o mundo (que o diga o meu marido cada vez que observa que eu sei a letra toda da música do “Jajão” ou outra qualquer que esteja na berra). E contacto com a forma como se sente, porque cada pessoa sente as coisas de forma tão diferente e os meus alunos sentem as coisas de forma tão profunda, cheia e absoluta, que me preenche sempre a alma pensar na sua capacidade de sentirem e de se expressarem sem os filtros que a vida nos obriga a ter com o passar dos anos.

E é isto…a ideia será contar uma história, fazer uma reflexão, partilhar um pensamento, emoção ou sensação todas as semanas.

Até 6ª!

Pessoa Ana