Home > Intervenção > Vamos à praia ou à sessão de psicoterapia?

Os temas deste texto são o sol e a psicoterapia. Porque vos trazemos este tema? Porque na nossa experiência da prática clínica há sempre desistências dos processos terapêuticos (drop-out) no Verão, ou melhor, com o bom tempo. Afinal o que leva os nossos pacientes ou clientes a deixar o seu processo na época balnear?

Há realmente alguns benefícios associados ao sol que ajudam a melhorar a saúde a nível físico como psicológico, entre as quais se encontram:

  • A redução do risco de depressão, pois o sol ajuda o cérebro a produzir mais serotonina, uma substância antidepressiva natural, e também aumenta a produção de vitamina D, cuja deficiência aparece associada com a depressão;
  • O fortalecimento dos ossos e articulações através do aumento de produção de vitamina D;
  • Aumento do bem-estar e relaxamento, uma vez que nas férias existe menos stress e menos rotina
  • Melhora da qualidade de sono, devido ao aumento de produção de melatonina pelo cérebro.
  • Menos isolamento social, uma vez que ocorrem diversas actividades out-dor e existe uma tendência para estar fora de casa em contextos sociais (manutenção e aumento da rede social)
  • Aumento da auto-estima devido ao bronzeado e ao tipo de roupas utilizadas nesta estação

 

Por estas razões, os pacientes tendem a sentir-se um pouco melhor nesta época específica do ano. Apesar disso, pareceu-nos relevante evidenciar as verdadeiras razões dessa mesma melhoria e reforçar a importância de um processo terapêutico continuado. As vantagens de continuar o seu processo são as seguintes:

  • A maioria dos nossos pacientes regressam depois do calor passar, sendo que uma interrupção trará aumento de custos
  • A psicoterapia consiste, em parte, na estimulação de algumas zonas do seu cérebro (circuitos cerebrais que estão mais inactivos consoante as suas vivências ou dores) por isso, é fundamental que se mantenha num acompanhamento regulado para que haja eficácia no processo
  • Um processo completamento terminado traz maiores vantagens do que um processo semi-acabado, uma vez que na primeira opção sairá com mais recursos para eventuais adversidades futuras, aumentando a probabilidade de não ter de recorrer novamente a um acompanhamento psicológico
  • As interrupções dos acompanhamentos levam a um aumento de custos uma vez que:
    1. Existem alguns retrocessos do trabalho já realizado
    2. Há uma maior dificuldade de assimilação e solidificação do processo

 

Da próxima vez que pensar que está melhor e que não precisa de continuar com o seu acompanhamento, pare, olhe, e escute-se: É do Sol ou uma real melhoria?